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Interdição Judicial: Quando é Necessário e Como Iniciar o Processo

Dra. Adriane Felix

A interdição judicial é um procedimento legal destinado a proteger pessoas que, por motivos de saúde ou limitações cognitivas, não conseguem gerenciar seus próprios interesses, como administrar bens ou tomar decisões importantes. Esse processo visa preservar a dignidade e o bem-estar do interditando, assegurando que seus direitos sejam respeitados e que ele receba o cuidado necessário.


A interdição é regida pelo Código Civil brasileiro e deve ser conduzida com sensibilidade, transparência e respeito à dignidade humana.




1 Quando a Interdição é Necessária?

A interdição judicial é necessária quando a pessoa não tem condições de cuidar de si mesma ou de seus interesses devido a:


  • Doença Mental ou Deficiência Intelectual: Transtornos psiquiátricos graves, como esquizofrenia, Alzheimer ou outras demências, que comprometem a capacidade de discernimento.


  • Dependência Química: Em casos de dependência severa de drogas ou álcool, quando a condição afeta a tomada de decisões racionais.


  • Incapacidade Física Severa: Quando a deficiência física é tão grave que impossibilita a manifestação de vontade.


  • Outros Motivos: Situações em que a pessoa esteja incapacitada de gerenciar suas finanças ou cuidar de si mesma, mesmo que temporariamente.


A interdição não visa punir ou limitar direitos de forma arbitrária, mas proteger o interditando e seus interesses de forma ética e segura.


2 Tipos de Interdição

A interdição pode ser total ou parcial, dependendo do grau de incapacidade:


  • Interdição Total: O interditado é considerado incapaz de realizar todos os atos da vida civil. Nesse caso, o curador é responsável por todas as decisões em nome do interditado.


  • Interdição Parcial: O interditado mantém capacidade para alguns atos, mas é declarado incapaz para outros, como movimentações financeiras ou assinatura de contratos.


3 Exemplos Práticos:

  • Interdição Total: Maria, diagnosticada com Alzheimer em estágio avançado, não tem condições de gerir suas finanças, assinar contratos ou tomar decisões sobre sua saúde. O curador será responsável por todas essas questões.


  • Interdição Parcial: João, diagnosticado com um transtorno mental leve, pode fazer compras do dia a dia e realizar pequenas transações financeiras, mas não pode assinar contratos de venda de imóveis sem autorização do curador.


O juiz delimita a extensão da interdição parcial conforme as necessidades e limitações específicas do interditando, sempre buscando preservar ao máximo sua autonomia.



4 Quem Pode Solicitar a Interdição?

A ação de interdição pode ser solicitada por:

  • Cônjuge ou Companheiro(a);

  • Pais ou Descendentes (filhos, netos);

  • Colaterais até o quarto grau (irmãos, tios);

  • Ministério Público, em casos excepcionais, como quando o interditando não tem parentes conhecidos.


5 Direitos e Dignidade do Interditando

A interdição é uma medida de proteção, mas é essencial lembrar que a pessoa interditada mantém seus direitos fundamentais, como:


  • Direito à convivência familiar e social;

  • Direito à saúde e ao bem-estar;

  • Direito à dignidade, ao respeito e à inclusão social;

  • Direito à manifestação de vontade, na medida de suas capacidades.


O objetivo principal do processo de interdição é proteger e amparar o interditando, sem retirar sua dignidade e seus direitos humanos fundamentais.


6 Responsabilidades do Curador

O curador é responsável por:


  • Administrar os bens e finanças do interditado;

  • Representá-lo em atos civis e jurídicos;

  • Garantir sua saúde, bem-estar e qualidade de vida.


O curador deve prestar contas à Justiça periodicamente sobre a administração dos bens do interditado. Para garantir que todos os atos sejam realizados de forma legal e segura, é importante que o curador conte com acompanhamento jurídico em todas as etapas, inclusive na prestação de contas.


7 Conclusão

A interdição judicial é uma medida de proteção que visa garantir os direitos e o bem-estar de quem não pode gerenciar seus próprios interesses. É um processo que exige sensibilidade, empatia e respeito à dignidade humana.

Ao buscar orientação jurídica especializada desde o início, você assegura que todas as decisões sejam tomadas com ética, segurança e transparência, proporcionando tranquilidade para toda a família. Além do suporte jurídico, o acompanhamento psicológico pode ajudar a família e o interditando a lidar com os impactos emocionais da interdição.

Entender o processo de interdição pode ser emocionalmente desafiador, mas com a orientação adequada, é possível tomar as decisões necessárias para proteger e garantir o bem-estar da pessoa que precisa de cuidados.


 

Se você ficou com alguma dúvida sobre o que está escrito no textoentre em contato por meio do e-mail: contato@rodriguesefelix.adv.br, pelo botão abaixo ou pelo perfil do escritório no Instagram @rodriguesefelix. 


Caso tenha dúvidas sobre o tema discutido, é sempre recomendável buscar orientação de um advogado, que poderá analisar seu caso com base na legislação vigente. A consulta jurídica é uma ferramenta importante para obter esclarecimentos e direcionamentos adequados.


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