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Pensão Alimentícia: Direitos e Deveres para Ambas as Partes

  • Foto do escritor: Dra. Adriane Felix
    Dra. Adriane Felix
  • 14 de mar.
  • 5 min de leitura

A pensão alimentícia é um direito essencial para garantir o sustento de filhos, ex-cônjuges e, em alguns casos, outros parentes que não possuem condições de se manter sozinhos. Embora seja amplamente discutida, muitas dúvidas ainda surgem sobre quem tem direito, como é calculada, o que acontece em caso de inadimplência e quais são as responsabilidades de quem paga e de quem recebe.


Além disso, recentes decisões do Superior Tribunal de Justiça (STJ) consolidaram o entendimento de que o alimentante (quem paga a pensão) pode solicitar a prestação de contas, desde que existam indícios concretos de mau uso dos valores pagos. Essa medida busca garantir a correta aplicação dos recursos e proteger os interesses do beneficiário.


Este artigo esclarece os principais pontos sobre os direitos e deveres de ambas as partes na pensão alimentícia, assegurando que todas as regras sejam seguidas de forma justa e equilibrada.



1 O Que é a Pensão Alimentícia e Quem Tem Direito a Recebê-la?

A pensão alimentícia é um valor pago regularmente para cobrir despesas essenciais de quem não tem condições financeiras de se sustentar sozinho. Seu objetivo principal é garantir alimentação, moradia, saúde, educação, lazer e outras necessidades básicas.


De acordo com o Código Civil (artigos 1.694 a 1.710), podem ter direito à pensão alimentícia:


  • Filhos menores de idade: O direito à pensão é garantido até a maioridade (18 anos). No entanto, se o filho estiver cursando faculdade ou curso técnico, o pagamento pode ser estendido até os 24 anos, desde que ele comprove a necessidade.

  • Ex-cônjuge ou ex-companheiro(a): Em alguns casos, o ex-cônjuge pode receber pensão, especialmente se depender financeiramente do outro para manter seu padrão de vida após a separação.

  • Filhos maiores com incapacidade: Se o filho tiver uma deficiência física ou mental que o impeça de se sustentar sozinho, o direito à pensão pode ser vitalício.

  • Pais idosos: Caso os pais não tenham condições financeiras de se sustentar, os filhos podem ser obrigados a pagar pensão alimentícia.

  • Outros parentes: Irmãos, netos e avós podem ter direito à pensão, desde que comprovem a necessidade e a relação de dependência.


2 Como é Calculado o Valor da Pensão Alimentícia?

A pensão alimentícia não tem um valor fixo determinado por lei, pois é calculada de acordo com o princípio da proporcionalidade e necessidade. Isso significa que o juiz avalia três fatores principais:


📌 a) Necessidade de Quem Recebe

  • Quais são as despesas essenciais? (alimentação, escola, saúde, moradia, lazer, etc.)

  • A pessoa pode se sustentar sozinha?

  • No caso dos filhos, qual é o custo médio para manter seu bem-estar?


📌 b) Capacidade Financeira de Quem Paga

  • Qual é a renda do alimentante (quem paga)?

  • Ele possui outras despesas e obrigações?

  • O pagamento da pensão comprometeria seu sustento?


📌 c) Proporcionalidade

Cada caso é analisado individualmente pelo juiz, que avalia a realidade financeira e as necessidades da família para definir um valor justo e proporcional.


2.1 Existe um Percentual Fixo?

Não há um percentual fixo definido em lei, pois o valor é determinado conforme as necessidades do beneficiário e a capacidade do pagador. Em alguns casos, o percentual pode ser inferior ou superior à média praticada nos tribunais, sendo sempre definido pelo juiz com base nos princípios da razoabilidade e proporcionalidade.


3 Direitos e Deveres de Quem Paga a Pensão (Alimentante)


Direitos

  • Solicitar revisão do valor, caso sua situação financeira mude significativamente. No entanto, o pedido deve ser fundamentado e aprovado judicialmente.

  • Exigir prestação de contas, conforme entendimento do STJ, caso existam indícios concretos de mau uso da pensão.


Deveres

  • Pagar a pensão em dia, conforme decisão judicial

  • Manter o valor estipulado até que a Justiça determine o contrário.

  • Pagar a pensão até devisão que autorize a suspensão.


4 Direitos e Deveres de Quem Recebe a Pensão (Alimentando)

Direitos

  • Receber o valor pontualmente, de acordo com a decisão judicial.

  • Solicitar aumento da pensão, caso as despesas aumentem ou o pagador tenha uma melhora financeira significativa.

  • Exigir o cumprimento da obrigação, caso o alimentante não pague.


Deveres

  • Usar a pensão para o bem-estar do beneficiário (filho, ex-cônjuge, etc.).

  • Prestar contas do uso da pensão, caso haja indícios concretos de mau uso e o alimentante solicite na Justiça. A solicitação deve ser fundamentada e analisada pelo juiz, que decidirá se há elementos suficientes para exigir esclarecimentos sobre o uso da verba alimentar.

  • Avisar ao juiz se houver mudanças que tornem o recebimento da pensão desnecessário.


4 E Se a Pensão Não For Paga? Consequências da Inadimplência

Caso o alimentante deixe de pagar a pensão alimentícia, a lei prevê medidas rigorosas para garantir o cumprimento da obrigação, incluindo:


🔴 a. Execução Judicial e Bloqueio de Bens

O beneficiário pode entrar com uma ação judicial pedindo o bloqueio de salários, contas bancárias e bens do devedor.


🔴 b. Protesto e Inscrição no SPC/Serasa

O nome do devedor pode ser incluído nos órgãos de proteção ao crédito, dificultando financiamentos e transações financeiras.


🔴 c. Prisão Civil pelo Descumprimento da Obrigação

Se o pagamento não for realizado, o juiz pode determinar a prisão civil do devedor por até 3 meses, como medida coercitiva para garantir o cumprimento da obrigação. No entanto, a prisão não extingue a dívida, sendo necessário regularizar os valores pendentes para evitar novas penalidades.


Conclusão

A pensão alimentícia é um direito essencial para garantir o sustento e o bem-estar de quem necessita desse suporte financeiro. Tanto o alimentante quanto o alimentando possuem direitos e deveres, e o equilíbrio dessas responsabilidades é fundamental para evitar conflitos e assegurar uma convivência harmoniosa.


Com as recentes decisões do STJ, tornou-se possível solicitar a prestação de contas da pensão em caso de indícios de mau uso, reforçando a transparência na destinação dos valores e garantindo que os recursos sejam efetivamente utilizados no melhor interesse do beneficiário.


O conhecimento sobre os direitos e deveres de ambas as partes é essencial para que o processo transcorra de forma justa e equilibrada, garantindo que a obrigação seja cumprida conforme a legislação vigente.


 

Se você ficou com alguma dúvida sobre o que está escrito no textoentre em contato por meio do e-mail: contato@rodriguesefelix.adv.br, pelo botão abaixo ou pelo perfil do escritório no Instagram @rodriguesefelix. 


Caso tenha dúvidas sobre o tema discutido, é sempre recomendável buscar orientação de um advogado, que poderá analisar seu caso com base na legislação vigente. A consulta jurídica é uma ferramenta importante para obter esclarecimentos e direcionamentos adequados.



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